• América Latina diminui fome, mas enfrenta epidemia de obesidade

    Nas últimas duas décadas, o número de pessoas que passam fome na América Latina caiu de 68,5 milhões para 37 milhões, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Porém, apesar de estarmos no caminho certo para atingir o índice de redução de fome indicado pela Organização, estamos dando pouca atenção a outro problema: a obesidade.

    Doenças relacionadas ao excesso de gordura no organismo – como diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca – matam 2,8 milhões de adultos anualmente no mundo, segundo dados divulgados no último Fórum Econômico Mundial. E essa epidemia vem atingindo fortemente os países da América Latina. Um relatório do Instituto de Desenvolvimento do Exterior, divulgado em 2014, aponta que mais de 56% dos adultos latino-americanos estão acima do peso ou obesos, enquanto a média mundial é de 34%.

    De acordo com especialistas, há dois principais fatores responsáveis pelo problema:

    1. O primeiro é a pobreza. Na Colômbia, por exemplo, um combo de frango frito, batatas fritas e refrigerante é capaz de alimentar uma família de quatro pessoas a um preço que elas podem pagar.

    2. O segundo fator é justamente o oposto. O desenvolvimento econômico das classes mais baixas permite que a chamada “nova classe média” gaste mais em alimentos processados, ricos em sal, gordura e açúcar.

    Agora, cabe aos programas de nutrição dos governos incentivar e garantir que a população consuma frutas, legumes, carnes e sementes, todos ricos em fibras e proteínas. Yenory Hernandez-Garbanzo, da FAO (Organização para Alimentação e Agricultura da ONU), acredita que essa medida ajuda a solucionar ambos os problemas, a subnutrição e a obesidade.