• 1º de Maio: Como está a saúde do trabalhador brasileiro?

    O primeiro dia do mês de maio é considerado feriado em alguns países ao redor do
    mundo. Nesta data, no ano de 1886 trabalhadores da cidade de Chicago nos Estados Unidos da América organizaram uma paralização reivindicando melhores condições de trabalho. O
    movimento se espalhou pela Europa e países latinos americanos nos anos seguintes. No Brasil,o feriado começou por conta da influência de imigrantes europeus, que a partir de 1917
    resolveram parar o trabalho para reivindicar seus direitos.


    Desde o final do século XIX até os dias de hoje as condições de trabalho já sofreram
    diversas mutações sempre visando o aumento da produtividade, e assim, afetando
    diretamente a saúde física, mental e espiritual da população trabalhadora. De acordo com o
    ex-diretor de Relações Internacionais da Associação Nacional de Medicina do Trabalho
    (ANMT), René Mendes, as principais causas de doenças relacionadas ao trabalho não são má
    postura ou mobiliário pouco adequado mas, sim, a maneira como as pessoas são inseridas no
    processo do trabalho. “Trabalhar sob pressão para cumprimento de prazos, jornadas muito
    longas, com pausas curtas ou sem pausas... Isso tudo repercute na saúde física e na mental”,
    explica ele.


    Entretanto, já existem empresas que estão na contramão do aumento da jornada de
    trabalho como forma de aumentar a produção. A farmacêutica americana CVS, por exemplo,
    anunciou em 2013 que cobraria multa de 50 dólares por mês dos funcionários que se
    recusassem a fornecer informações pessoais como peso, índice de massa corporal e nível de
    glicose no sangue. A exigência faz parte de um projeto da companhia para cortar custos
    com saúde, que passaram de 12.000 dólares por empregado/ano.


    No Brasil, a legislação trabalhista não permitiria descontos assim, mas o caso da CVS
    traz a tona um assunto muito importante para as empresas: os custos de saúde para o
    negócio. Conforme estudo do Instituto de Saúde Suplementar, a assistência médica é o
    segundo maior gasto de uma empresa, atrás somente da folha de pagamentos. No país a conta deve chegar a 80 bilhões de reais até 2030. Mas não depende só da empresa a redução desses gastos, mas também dos cuidados pessoais de cada cidadão. De acordo com uma pesquisa feita pela operadora de saúde Omint realizada em 2013 com 15 mil executivos brasileiros, 95,5% deles não mantêm alimentação equilibrada, 44% são sedentários e 31,7% sofrem com estresse.