• A importância da Escola no combate ao Alcoolismo

    Fevereiro é mês de combater os males causados pelas bebidas alcoólicas. Mas 
    especificamente no dia 18, quando inicia a Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo. O 
    alcoólatra é considerado aquele em que se identifica prejuízo social e pessoal em 
    consequência do abuso da bebida, além de sinais de abstinência e dependência do álcool.

    Globalmente, estima-se que indivíduos com idade de 15 anos ou mais consumiram em 
    torno de 6,2 litros de álcool puro em 2010 (equivalente a cerca de 13,5g por dia). No Brasil, o consumo total estimado é equivalente a 8,7L por pessoa, quantidade superior à média mundial.Estima-se que homens consumam 13,6L por ano, e as mulheres, 4,2L por ano. Quando são considerados apenas os indivíduos que consomem álcool, esta média sobe para 15,1L de álcool puro por pessoa (sendo mulheres: 8,9L e homens: 19,6L). Embora o Brasil apresente um consumo elevado de álcool, verifica-se diminuição no consumo per capita de álcool puro no Brasil (legal e ilegal) entre 2005 (9,8L) e 2010 (8,7L).

    Esses dados devem ser enfrentados desde o ambiente escolar. Apesar de ser proibida 
    a venda para menores de 18 anos, Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Estudos 
    do Álcool e outras Drogas (Abead)  revela que 94,5% dos jovens experimentam bebidas 
    alcoólicas a partir dos 13 anos de idade. Segundo a instituição, adolescentes entre 14 e 17 
    anos são os responsáveis por 6% de todo o consumo anual de álcool do país.

    Tal cenário faz do ambiente escolar um elemento-chave para amenizar a ingestão 
    prematura da bebida. Para Maria Cristina Megid, diretora do Centro de Vigilância Sanitária do 
    Estado de São Paulo, orientar o estudante é fundamental para reverter a situação atual. 
    “Precisamos começar com a educação, senão não avançamos. A escola, bem como a família, deve mostrar claramente quais são os prejuízos e as consequências desse consumo”, afirma.Uma pesquisa recente realizada pela companhia de bebidas Ambev, porém, mostra que ainda há uma grande carência nesse sentido – pelo menos 33% dos pais brasileiros não conversam com os seus filhos sobre o assunto, apesar de 98% considerarem o diálogo importante.

    A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
    e Estatística (IBGE), mostrou que 73,4% dos adolescentes matriculados no 9º ano da rede 
    municipal de São Paulo disseram já ter experimentado algum tipo de bebida e 21% já ficaram embriagados. Dados do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do Estado de São Paulo (Cratod) mostram ainda que 80% dos pacientes diagnosticados como alcoólatras deram o primeiro gole antes dos 18 anos.

    Uma boa prática para combater esse cenário é o projeto #Tamojunto, conduzido pelo 
    Governo Federal desde 2013, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e 
    Crime (UNODC). Trata-se da versão brasileira da metodologia europeia Unplugged. Implantada em sete países, como Itália e Alemanha, a iniciativa ajudou a reduzir em 28% a ingestão excessiva de álcool entre os jovens. Seu intuito é promover discussões entre estudantes de 10 a 14 anos de idade a partir de uma linguagem descontraída e acessível.