• Aulas de Educação Física para combater a Obesidade Infantil

    A obesidade infantil é, segundo a Organização Mundial de Saúde, um dos problemas
    de saúde pública mais graves do século XXI, sobretudo nos chamados países em
    desenvolvimento. A OMS entende que a obesidade se tornou uma epidemia global desde
    1998, quando constatou que mais de 22 milhões de crianças com idade inferior aos 5 anos já
    apresentavam excesso de peso ou obesidade franca. Atualmente uma em cada três crianças
    no Brasil está pesando mais do que deveria. O levantamento mais recente da Pesquisa de
    Orçamentos Familiares aponta que 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas entre 5 e 9 anos estão com obesidade.

    Os novos hábitos de vida da sociedade do século XXI são os fatores responsáveis pela
    saúde deficiente das crianças. No Brasil, por exemplo, a dieta tradicional com arroz, feijão,
    carne, saladas, legumes e frutas está sendo substituída por opções hipercalóricas como
    salgadinhos, refrigerantes e comida processada. E esta mudança não é somente um problema
    das classes mais favorecidas, já que alimentos ricos em calorias acabam sendo mais baratos,
    fáceis de comprar e de consumir. De acordo com o Ministério da Saúde, 46% das crianças de
    zero a cinco anos de idade que vivem no Brasil consomem biscoitos e refrigerantes
    diariamente.

    É verdade que o país não apresenta políticas públicas e programas sociais consistentes de combate à obesidade infantil. Afinal, quantas escolas públicas que priorizam uma merenda saudável você já ouviu falar? Uma das principais descobertas de uma pesquisa realizada pelo Ibope em parceria com o Instituto Ayrton Senna sobre a educação física nas escolas públicas brasileiras diz respeito à falta de infraestrutura das escolas pesquisadas: 30% delas não têm espaço destinado às aulas de educação física.

    Estudo apresentado em 2010 na Educação Física em Revista, aponta que os professores de Educação Física, como profissionais de Saúde, devidamente capacitados, podem contribuir para combater esta enfermidade (obesidade infantil). Ao utilizar os dados de testes antropométricos, podem detectar a prevalência da enfermidade, e, a partir daí, orientar os alunos nas aulas de Educação Física sobre prática regular de atividades físicas, alimentação saudável, e também, nos casos mais graves, sensibilizar os pais à busca por tratamentos.