• Mercado de alimentos orgânicos deve crescer 40% ao ano até 2020

    O mercado de alimentos orgânicos vem conquistando cada vez mais consumidores brasileiros. De acordo com dados divulgados pelo Projeto Organics Brasil, o segmento deve ter um crescimento entre 30% e 40% ao ano, podendo movimentar cerca de R$ 10 bilhões até 2020. O número impressiona ainda mais quando comparado com os níveis mundiais, que não passam de 10%.

    Mesmo ainda ocupando o triste lugar de país que mais consome agrotóxicos no mundo, o Brasil vem mostrando um amadurecimento na agricultura limpa. Além do aumento do consumo, o cultivo de orgânicos também cresce. Um levantamento da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM) mostrou que o País é, hoje, o 10º maior produtor de orgânicos.

    Para Eduardo De Favero, responsável pelo Marketing da Brasilbev Organique – empresa especializada em bebidas orgânicas –, o uso de defensivos naturais só vem a contribuir com produtores e consumidores. “A maioria dos defensivos químicos é prejudicial ao ser humano. Eles são nocivos aos trabalhadores rurais, ao solo onde o alimento é produzido e, em especial, a quem tem alergias e sensibilidade. Eles são absorvidos pelo alimento e a sua remoção completa ou a neutralização dos efeitos colaterais é muito difícil, quase impossível”, explica De Favero.

    Mas, infelizmente, segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil ainda não está preparado para uma produção totalmente orgânica. A prática requer investimentos em melhoramento genético e aplicação de defensivos artesanais, o que dificulta sua aplicação em larga escala.

    Ainda assim, o governo vem investindo e apoiando a produção orgânica por meio da agricultura familiar. Os programas de aquisição de alimentos permitem que o mercado de orgânicos vindos da agricultura familiar atinja, hoje, 70% das mesas dos brasileiros. Mandioca, feijão, carne suína, leite, aves e milho são alguns dos alimentos mais presentes na produção orgânica dos pequenos agricultores.

    Naturais x Orgânicos

    Muitos ainda não sabem qual é a diferença entre alimentos naturais e orgânicos. A verdade é que um alimento natural não precisa, necessariamente, ser orgânico. Os produtos naturais são todos aqueles que vêm da natureza e que, de fato, são mais saudáveis do que os industrializados. Mas isso não quer dizer que eles sejam livres de agrotóxicos.

    Já os alimentos considerados orgânicos são aqueles que, além de serem conservados apenas com defensivos naturais, também não fazem uso de sementes ou mudas transgênicas. Outra característica é que, em sua composição, não pode haver uma porcentagem maior do que 30% de agentes químicos, entre acidulantes, adoçantes e aromatizantes. Em alguns casos, ainda se exige que esses químicos sejam de origem natural, como os aromas extraídos de frutas ou plantas. Além disso, todos os alimentos orgânicos devem ter, por lei, um selo de certificação.

    Se você busca uma motivação para apostar na alimentação orgânica, segue um dado do Ministério da Agricultura: os alimentos protegidos com defensivos naturais têm, em média, 2,5 vezes mais nutrientes e minerais do que os convencionais.

    Leia também:

    >> Mais alimentação saudável, menos medicamentos
    >> Alimentação orgânica cresce nas merendas escolares