• Pesquisa de Clima, ferramenta de gestão

     

    Ouvir o que o colaborador tem a dizer – eis uma das principais estratégias das empresas para manter uma equipe motivada e engajada. A Pesquisa de Clima Organizacional é, hoje, a ferramenta mais utilizada para medir, de maneira formal e sistemática, o “sentimento” dos colaboradores em relação ao ambiente de trabalho – e quando falamos em ambiente, nos referimos a aspectos tão diversos quanto liderança, motivação, relacionamento interpessoal, comunicação interna, benefícios e remuneração.

    Ao mesmo tempo em que revela o nível de satisfação dos colaboradores em todas essas dimensões, a Pesquisa de Clima tira uma “fotografia” da empresa, permitindo que os gestores visualizem os pontos fortes e fracos da gestão e direcionem esforços para aperfeiçoá-los. Trata-se, portanto, de um trabalho que necessariamente culmina em uma série de decisões e ações estratégicas, as quais requerem atuação integrada entre a alta direção e a área de Recursos Humanos e o envolvimento das principais lideranças da organização.

    Na Sabor Caseiro, a experiência com a Pesquisa de Clima chegou ao seu terceiro ano em maio de 2013. Desde a primeira edição, a ferramenta e o método de aplicação vêm sendo aprimorados para que se tornem cada vez mais eficazes. Feita anualmente em parceria com a Grimper Gestão Estratégica de Pessoas, a avaliação permite que a empresa mantenha o foco em aspectos realmente importantes para a equipe. “Às vezes as empresas investem em coisas que não são a real necessidade do colaborador, desperdiçando recursos. A única forma de evitar isso é conhecendo o que ele pensa e como se sente em relação ao trabalho”, diz Marinei Carvalho, consultora da Grimper.

    Há, no entanto, uma questão delicada que precisa ser levada em conta ao aplicar-se a Pesquisa de Clima: ela precisa ser encarada como um instrumento de troca, em que colaborador e empresa estabelecem um acordo de comprometimento e responsabilidade mútuos. Em outras palavras, deve-se ter cuidado para não tomar o funcionário como um ser passivo, que simplesmente usufrui daquilo que o empregador lhe oferece ou que é “atingido” pelas condições de trabalho abordadas na pesquisa. “Não se trata de uma relação unilateral que a empresa provê e sustenta sozinha. É preciso haver uma troca. A partir dos resultados da pesquisa, há um movimento em busca de soluções satisfatórias para ambas as partes, mantendo a relação saudável e equilibrada”, afirma Marinei.

    Essa noção de troca fica ainda mais evidente quando aplicada aos benefícios oferecidos pelas empresas. Embora não sejam a fonte principal de satisfação da equipe, eles influem bastante no contexto geral do clima organizacional, na medida em que melhoram a qualidade de vida do colaborador e, muitas vezes, adquirem valor financeiro. Para Marinei Carvalho, o que está em jogo nesse caso é o modo como a política de benefícios é vista. “Apesar de terem um peso real na atração e retenção de talentos, os benefícios não são um mero ‘agrado’, nem mesmo uma obrigação, mas sim um investimento, que, como qualquer outro, requer retorno, sob a forma de engajamento, produtividade e desempenho”, explica.

    Pesquisa de clima ajuda empresas a avaliar fornecedores

    Um bom relacionamento entre a empresa que contrata e a que fornece um benefício é o primeiro passo para uma parceria duradoura e de confiança. Entretanto, essa relação costuma ser restrita ao nível administrativo, excluindo a maioria dos colaboradores. Como preencher essa lacuna? A Pesquisa de Clima pode ser a resposta: ao incluir a avaliação dos benefícios, ela automaticamente avalia a qualidade do fornecedor e, claro, a adequação do serviço às necessidades da equipe. “É comum que a pesquisa revele algum descontentamento quanto a determinado benefício que a empresa considerava adequado. E, na maioria das vezes, trata-se apenas de um pequeno ajuste contratual. Sem um instrumento formal para ouvir o colaborador, essa ‘descoberta’ seria bem mais difícil, especialmente em empresas de maior porte”, afirma a consultora da Grimper.

    A própria Sabor Caseiro, como fornecedora de refeições, tem experiência nesse tipo de situação. Durante vários anos a empresa aplicou pesquisas gerais para avaliar a satisfação dos comensais em relação aos seus serviços. No entanto, os resultados muitas vezes traziam à tona questões mais pertinentes ao contratante do que ao fornecedor – casos em que é preciso trabalhar em parceria, pois quase sempre a solução exige uma ação conjunta. A empresa, então, preferiu investir em uma ferramenta online pela qual os comensais podem enviar sugestões e comentários sobre o serviço. No momento em que uma das nutricionistas da equipe da Sabor Caseiro envia uma resposta, o gestor responsável pelo contrato no cliente recebe uma cópia por e-mail e passa a acompanhar a interação, podendo, se necessário, intervir.

    É claro que essa ferramenta não substitui a Pesquisa de Clima, uma vez que não mede o nível de satisfação global da equipe em relação ao benefício, mas sim questões pontuais que surgem no contato diário do colaborador com o serviço prestado. No entanto, ambas as iniciativas são importantes e complementares entre si. “Para nós, é fundamental manter um canal de comunicação que nos permita monitorar a percepção do comensal sobre as refeições e o nosso atendimento, mas entendemos que um levantamento mais aprofundado dos índices de satisfação deve ser uma preocupação de quem contrata, já que os benefícios fazem parte de uma política de RH mais ampla. Assim, cada um faz a sua parte em prol de um objetivo único, que é a satisfação do colaborador”, finaliza Aloisio Perdomini, diretor da Sabor Caseiro.