• Alimentos que enganam

    Até quando a intenção é a melhor possível, nós podemos ser enganados por produtos industrializados que parecem ser o que não são. As embalagens, que destacam nutrientes fundamentais para o crescimento dos filhos e para a saúde de crianças e adultos, colocam em letras miúdas informações que todo consumidor deveria conhecer. Conheça alguns desses produtos e abra o olho: para quase todos eles, existem boas alternativas, mais naturais e menos nocivas.

    Barrinha de cereais
    Elas prometem ser uma ótima opção para o lanche das crianças porque são práticas de armazenar e contêm fibras – nutrientes que aumentam a sensação de saciedade, dão energia e ajudam no funcionamento do intestino e na absorção de gorduras. Pelo menos na teoria. Especialistas alertam que muitas das barrinhas de cereais que existem no mercado são, na verdade, ricas em açúcar e sódio. Para saber se a que você compra é assim, compare os ingredientes que estão no rótulo. O que vem primeiro é o que está em maior quantidade, então procure marcas em que a fibra esteja no começo da lista. Prefira as de fruta, que são menos gordurosas, e as que contêm flocos de milho, mel, aveia e castanhas.

    Suco de caixinha
    Algumas dessas bebidas, também chamadas de néctar de fruta, têm tanto quanto ou até mais açúcar do que os refrigerantes. São até duas colheres de sopa a cada 200 ml, além de uma quantidade grande de sódio, substância que, em excesso, pode sobrecarregar os rins e aumentar as chances de a criança ter pressão alta no futuro. Os corantes e aromas também aparecem no suco de caixinha (inclusive nos de soja), ou seja, mais química ainda. Portanto, prefira o suco natural (ou água mesmo!).

    Peito de peru
    Apesar de ser visto como uma alternativa melhor do que o presunto, os dois têm a mesma quantidade de sódio e gordura porque são uma mistura de carne e pele do animal. Para conservar o produto, as indústrias usam nitritos e nitratos, substâncias químicas que, segundo algumas pesquisas, podem causar câncer se consumidas por muito tempo. Por isso, consuma esses alimentos moderadamente e, de preferência, sem capa de gordura.

    Sobremesa láctea
    As sobremesas lácteas (como o queijo petit suisse ou aquelas sabor chocolate, baunilha...) fazem sucesso com as crianças, mas não se engane pela aparência de iogurte: elas têm bem menos cálcio – mineral essencial para o crescimento e fortalecimento dos ossos, dentes e cabelos. Além disso, esses produtos são gordurosos e têm pouca proteína. Muitos contêm aromas e corantes artificiais, que devem ser evitados nos primeiros anos de vida, pois estão relacionados a uma série de problemas – de alergia à hiperatividade.

    Leite de soja
    A soja é classificada como um alimento saudável, mas nem sempre é uma boa ideia oferecê-la para as crianças. Isso porque pode ser tão alergênica quanto a lactose, presente no leite de vaca. A soja é uma proteína de difícil digestão, por isso, pode causar alergias alimentares em crianças menores de dois anos, que têm um sistema digestivo imaturo. Alguns especialistas até questionam o nome “leite”, já que ele não oferece os mesmos nutrientes, como os aminoácidos e o cálcio.

    Cereal matinal
    É uma boa fonte de energia, mas só. E é possível conseguir a mesma quantidade de carboidratos em outros alimentos menos açucarados, como pão integral e mingau. Há ainda opções sem açúcar (em geral destinadas aos adultos). Você pode adicionar uma fruta, como banana ou morango, para deixar a mistura mais docinha, ou usar mel.

    Adaptado de matéria da Revista Crescer (http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI330766-15149,00.html)