• É preciso fazer as pazes com a comida

    Foi lançada, no Brasil, a Nutrição Comportamental, uma abordagem científica e inovadora da nutrição. Segundo seus defensores, a metodologia tem como objetivo ampliar a atuação do nutricionista, mudando a atual visão de alimentos “saudáveis e não saudáveis”, “bons e ruins”.

    “Incomoda este olhar de hoje para a comida, em que as pessoas estão neuróticas, e existem profissionais que fazem esta classificação entre saudáveis e não saudáveis, entre pode e não pode. Existem publicações da Academia Americana de Nutrição dizendo, textualmente, que é errado classificar os alimentos em bons e ruins”, ressalta a nutricionista Marle Alvarenga, mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP).

    Segundo a profissional, que é uma das precursoras da Nutrição Comportamental no Brasil, a estratégia foi criada para combater o contrassenso de que quanto mais tipos de dietas surgem, mais os índices de obesidade e sobrepeso crescem. Isso acontece porque as dietas massificadas não levam em conta crenças, pensamentos, sentimentos e comportamentos para com a comida.

    A profissional explica que estes fatores são tão ou mais importantes do que simplesmente o que se come. “Uma orientação nutricional fundamentada em estratégias de aconselhamento nutricional, entrevista motivacional, técnicas de terapia cognitivo-comportamental, coaching skills, técnicas do comer intuitivo e do comer com atenção plena possibilitam a mudança real e consistente do comportamento alimentar”, conclui Marle.