No mês que marca duas datas importantes – o Dia Internacional de Combate a Obesidade
(11/10) e o Dia Nacional de Alimentação na Escola (21/10) – o cenário não é nada positivo.
Pesquisa do Ministério da Saúde dá conta que 32,3% das meninas e meninos brasileiros
menores de 2 anos tomam refrigerante e suco de caixinha e que 60,2% deles comem bolacha recheada, biscoitos e bolos prontos.
E parece que a situação pode piorar. Conforme a World Obesity Federation (que reúne
profissionais e organizações de mais de 50 países) o Brasil pode se tornar o país mais obeso
do mundo em 15 anos. E as crianças serão as principais vítimas. A organização aponta as
causas: ações insuficientes do governo, escolas omissas, e o marketing de alimentos nada
saudáveis que bombardeiam as crianças.
O diretor da empresa Sabor Caseiro, Aloísio Perdomini, que fornece alimentação para cinco
escolas de Porto Alegre, relata que o grande problema está nos alimentos pré-prontos,
sobretudo para crianças que estão em turno integral e que almoçam na escola. De acordo com Aloísio, a Sabor Caseiro prima por produzir de forma mais artesanal possível e com
pouquíssima utilização de produtos pré-prontos.
“As refeições que fornecemos para as escolas utilizamos o mínimo de alimentos pré-prontos.
Utilizamos somente na sobremesa”, destaca.
Aloísio ainda destaca que as famílias estão abandonando algumas combinações saudáveis
como o feijão com arroz, que estão sendo substituídos por massas, por exemplo. Ele cita ainda alimentos como macarrão instantâneo (Miojo), nuggets, congelados, batata frita pré-pronta, bolacha recheada, salgadinhos, refrigerantes e sucos prontos são os grandes vilões da obesidade.
“Aqui na Sabor Caseiro fornecemos para escolas e para empresas. Fazemos no sistema
artesanal. Preparo artesanal, mantendo modo de preparo mais caseiro. Arroz e feijão é uma
combinação que está entrando em desuso nas famílias, mas aqui esta combinação
permanece. Se observarmos, não se vê mais as famílias fazendo feijão em casa. Está cada
vez mais raro”, destaca.
Já no caso das empresas, Aloísio revela um dado interessante. As pessoas nos restaurantes
das empresas têm comido menos, as porções têm reduzido, o que aparenta que as pessoas
estão mais cientes do problema da obesidade.
Conforme Aloísio, no ano 2000 a Sabor Caseiro utilizava 18g de alface por pessoa hoje
aumentou para 20g. E ano a ano, a medida que aumenta o consumo de verduras e legumes,
as quantidades dos outros alimentos têm reduzido.
“Isso mostra que uma mudança de comportamento está começando. Mas é lento”, salienta.