• Xarope de milho, um açúcar a ser evitado

    Se quando falamos em açúcar você se lembra apenas daquele pó branquinho que compramos no supermercado, o chamado “açúcar de mesa”, é bom esclarecer: os alimentos e bebidas doces que têm sido considerados verdadeiros “vilões” da saúde (veja matéria especial sobre o assunto aqui) escondem esse ingrediente sob diversas outras formas e nomes. Sacarose, frutose, xarope de milho, dextrose, polidextrose, glicose, xarope de glicose, açúcar invertido, maltodextrina são alguns dos que você pode encontrar ao ler o rótulo dos mais variados produtos – muitos deles salgados! –, como biscoitos tipo cracker, molhos para salada e para massas, ketchup, pães, sopas e congelados em geral.

    Entre estes “açúcares”, o xarope de milho é, sem dúvida, o mais usado pela indústria alimentícia. Com alta concentração de frutose e sabor muito doce, ele foi apontado por profissionais de saúde e nutrição do mundo inteiro como um dos responsáveis pela epidemia de obesidade no planeta. Os fabricantes de alimentos introduziram o xarope de milho há algumas décadas por ser substancialmente mais econômico que o açúcar e mais facilmente adicionado a uma ampla variedade de produtos. Entre 1970 e 1990, o consumo anual de xarope de milho aumentou nada menos que 1000%.

    Agora, entenda a diferença: o açúcar feito da cana, tão popular no Brasil e cujo nome é sacarose, é constituído por 50% de frutose e 50% de glicose. Já a frutose é derivada do açúcar das frutas e também do xarope de milho, que contém cerca de 80% de frutose e 20% de glicose. Já se sabe que o excesso de glicose não é bom, mas o que alguns estudos estão demonstrando nos últimos anos é que o excesso de frutose é ainda pior, pois ela é metabolizada mais rapidamente que a glicose e convertida em gordura pelo fígado, levando a uma concentração excessiva de gorduras e lipoproteínas no organismo.

    Mas não se empolgue: o açúcar “normal” também contém frutose. Ou seja, o consumo de todo tipo de açúcar deve ser controlado e moderado. O grande problema do xarope de milho é a sua quase onipresença nos alimentos industrializados, inclusive em alguns que imaginamos “inofensivos” ou altamente saudáveis. Quer um exemplo? Barrinhas de cereais. Comece a verificar o rótulo antes de comprar e você descobrirá que grande parte delas é adoçada com xarope de milho.

    Não tem jeito: a única maneira de reduzir o consumo de xarope de milho é ler cuidadosamente todos os rótulos dos produtos. E outra: não pense que você deve parar de comer frutas só porque elas contêm frutose. Ao contrário! As frutas in natura não possuem a altíssima concentração de frutose encontrada no xarope de milho – e o risco à saúde está totalmente associado a esse excesso.